Necessidades obscuras



Todos temos necessidades. Na classificação de um amigo algumas são mais obscuras que outras. Certo dia me contava que o cachorro dele, de nome Spike, era muito educado ao passear com ele na rua. Na hora da necessidade obscura ele rapidamente procurava uma moita (arbusto) para poder se deleitar ao prazer de aliviar-se. O estranho é que não contente em estar perto da moita ele alocava suas partes dentro dela para que ninguém pudesse vê-lo. Devia ser tímido. Talvez a perna manca e os olhos vesgos o deixassem com um complexo de inferioridade perante outros cães bonitos e viris. Não se sabe, até hoje ele não falou sobre isso com ninguém.

Qualquer cachorro satisfaria sua necessidade obscura à vista de todos com a maior cara de pau. Mas Spike não, ele era um cachorro diferente. Segundo meu amigo era educado. Nunca tinha parado para pensar nisso. Alguns cachorros fazem suas necessidades na frente de todo mundo, enquanto outros se escondem para fazê-lo. É estranho.

Penso que as pessoas devem compartilhar desses genes com os cães. Algumas não se sentem a vontade para satisfazer suas necessidades obscuras fora de casa. Outras em compensação não podem ver uma privada (comparada a moita) livre que já querem se achegar e utilizá-la. Nos últimos lugares em que trabalhei conheci pessoas desse tipo. Elas chegavam a ter horário marcado para ocupar a ‘moita’. Não satisfeitos em usar a ‘moita pública’, deixando putrefato o ar do ambienta comum, o faziam isso no horário de almoço, justamente quando todos os profissionais disputavam as pias para poder fazer a sua higiene oral.

Além de ser um gesto de extrema falta de respeito é também falta de higiene. Tudo bem, ninguém está livre de sofrer uma indisposição intestinal súbita. Mas todos os dias, no mesmo horário, é complicado. Ninguém deve ser obrigado a conviver com os odores alheios, principalmente de quem não se conhece, e não se convive diariamente.
A convivência obriga-nos a aceitar e compreender tais necessidades, afinal quando se divide a casa com outras pessoas estamos sujeitos a isso, mas é diferente. Neste caso existe uma estrutura comum a todos. Não é uma ‘moita pública’, mas um espaço particular aos ocupantes de certa residência.
Caros cagadores de ‘moitas públicas’ aproveitai vossa dignidade humana e utilizai o conforto de vossas casas para satisfazer necessidades obscuras. Ninguém está livre do mal intestinal súbito, mas enquanto puder evitar continuarei usufruindo do conforto proporcionado pela ‘moita’ particular e coletiva instalada em minha casa.

2 comentários:

Anônimo disse...

fiadapú

nicole disse...

esperamos q o Biriba seja assim...educadinho...HUAHAHUAHUAHUA