ELEVADOR - Sétimo Capítulo

Enfim, ei-lo!!!!
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- Só pode ser gay! Bradou Adri, ao saber dos acontecidos na visita do vizinho estranho.

– Me espanta você, Amandinha, que dispensou a noite dos sonhos com um semi-Brad Pitt, e ainda trocou o seu precioso soninho por um café na madrugada com um mala, feio e que só te contou lorota. Deus dá asas pra quem não sabe voar! Indignou-se.

Ainda dentro de seu pijama da Hello Kitty, Amanda limitou-se a dirigir um olhar de urso panda com sono para Adri. Afinal eram 7h18min, não era o momento de argumentar, mas de encher as olheiras de corretivo e, pelo menos, estar de corpo presente no trabalho dali a 40 minutos. Isso era o que Amanda pensava.

Enquanto isso, na portaria do prédio, um certo rapaz aguardava. O porteiro até suspeitou daquele sujeito, mas não houve como pensar mal de um cara tão boa pinta. Duas balzaquianas que saíram do prédio logo cedo deixaram duas poças de baba diante de tão, digamos, encantadora criatura. Não, não era o Betinho da festa de ontem: era Gilberto Júnior.


O deslumbre do rapaz fazia jus ao frisson que Amanda causara na noite anterior. Sapato, calça social, camisa e óculos escuros. Parecia que tinha saído de um outdoor da Aramis.


Os fatos da noite anterior desestabilizaram completamente o tico e o teco de Betinho (o trocadilho é por sua conta hahaha). O rapaz não suportava a ideia de passar por bobão, precisava falar o quanto antes com Amanda. Por isso, a seguiu discretamente depois da festa. Parou em frente ao prédio, tomou coragem e telefonou. Diante da indiferença com que ela recebeu sua ligação, saiu dali com a certeza de que voltaria, e aquela seria a vez dele. Sentia um misto de orgulho com... vontade de estar perto. Era estranho.


A cara de Amanda quando abriu o portão do prédio foi impagável. Seus instintos eram de defesa, mas seus olhos e sorrisos a traíram.


- Olha só, não se assuste, eu vim aqui pra conversar contigo. Ontem você me deixou mal, acho que seria bom a gente se conhecer melhor, quero mudar a impressão que tu teve de mim.


Amanda era só perplexidade. Peraí, essa parte não era parte de seu plano. E agora? Era preciso manter a pose. Mas ela queria. Que mulher não ia querer??? Ela era livre, ele era quem ela queria, porque não?


- Nossa, que susto, não precisava tudo isso! Disse, quase ironicamente. – Podemos conversar sim, vamos combinar.


- Hoje. A que horas você pode?


- Sei lá, depois do meu trabalho. Ou mais tarde... Droga! Estava sendo fácil demais, pensou.


- Posso passar lá e te buscar. Ofereceu-se nosso Don Juan.
- Melhor não, venho direto pra casa, e quando você quiser, passa aqui.
- Ok. Quer que eu te leve agora? Acabei te atrasando...
- Não, pode ir, são três quadras só.


E aquela sexta-feira transcorreu surrealmente.


À tardinha, Amanda não sabia se se arrumava para sair, se o convidaria para entrar... ela não queria ser vista por aí com ele, as pessoas pensam tanta coisa... era melhor convidá-lo para entrar.


Mal deu tempo dela sair do banho, Betinho a chamava pelo celular. Ela o convidou para entrar, conversaram e... ficaram. Eram dois bobos. Só que na hora da despedida, lá pelas 22h43min, o casal encontrou Tiago, o espinhento, no elevador.


Como ficou a cara do vizinho nessa hora? Teria o elevador quebrado novamente?
Descubra isso e muito mais no próximo capítulo!!!

Para descontrair... O Caso da Dona Galinha!


Enquanto o novo capítulo de Elevador não sai do forno aproveitem essa conversa de MSN que chegou pelo email. Para preservar a identidade dos envolvidos seus nomes foram trocados. A conversa segue na íntegra (sic). Confira:


Moça da galinha diz:
baaa deixa d contar

Amiga da moça da galinha diz:
isso aiii

Moça da galinha diz:
hj a galinha da minha mae coloco o 1º ovo
mas o ovo fico entalado
e ela teve q ajudar a tirar o ovo

Amiga da moça da galinha diz:
hahahahahahahahhahahahahahaha
o sério?
como q fico entalado guria??
miseráverzinha da galinha

Moça da galinha diz:
séério
se a minha mãe ñ tinha ido lá leva comida
e por um acaso espiado ela
a coitada ia morre com o ovo metade fora e metade dentro do cú

Amiga da moça da galinha diz:
Coitada da galinha...poretaH....HAHAHAHAHA

Moça da galinha diz:
sim neh
coitada
imagina ela sendo velada
com o ovo metade de cada lado
metade dRento e metade fora
ia ser ilaááááário

Amiga da moça da galinha diz:
HAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAH

Moça da galinha diz:
DAÍ MINHA MÃE EMPURRO O OVO DE VOLTA
Se fosse eu,eu quebrava ele
q dai ele murchava
e saia mais facil neh
ahahauha

Amiga da moça da galinha diz:
Aham
HAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHA
AHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHA
chega renata q me doi a barriga

Moça da galinha diz:
baRiga
hj uma loka q trabalha cmg disse assim: ai q dor de baRiga
eu comecei a rir
e tive q ir lá pra tras no estoque
d tanto rir

Amiga da moça da galinha diz:ck diz:
ma pq??
como q tua mãe fez tira o ovo??

Moça da galinha diz:
a minha mãe pucho eu acho
pq o ovo devia tah mais pra fora
do que pra dentro neh
hauhauhauha


SEM COMENTÁRIOS. Aliás um comentário: existem coisas que o dinheiro não compra!

Elevador - Sexto capítulo

Tiago cumprimento o trio. Amanda fez as honras da casa e apresentou o rapaz espinhento às amigas. Dessa vez nada de beijos, apenas um aceno de mão e um “oi” entoado em coro pelas duas. Já era tarde e mesmo assim a loira cedeu um pouco de seu tempo ao rapaz. Adri e Nanda decidiram entrar no apartamento para esperar a companheira.

Sentada no corredor com os pés descalços Amanda interpelou Tiago sobre o que fazia ele aquela hora no corredor do prédio usando apenas pijama. A face dele ficou corada. Ela percebeu que fora inconveniente. Mesmo constrangido ele respondeu com a coragem de quem enfrenta um leão na arena do coliseu.

- Fiquei sem café, e estava criando coragem para bater a sua porta e pedir um pouco emprestado.

Amanda não se conteve e riu da situação, o álcool ainda tinha efeito sobre ela. Afinal era demais para uma cabeça só. Dar um fora no cara que mais havia cobiçado e agora desperdiçar seu tempo com aquele inconveniente (e nunca é demais ressaltar) espinhento.

Ela convidou-o para entrar. Meio desconfiado ele aceitou o convite. Amanda fez o melhor café da vida de Tiago. Sentados em um sofá de almofadas macias em uma sala a meia luz continuaram conversando. As amigas da loira haviam ido dormir. Conversavam baixo para não atrapalhar.

Tiago contou para Amanda da vez em que fora, com um amigo, a uma festa na casa de desconhecidos, bebeu todas, jogou dardos em um alvo, foi a uma danceteria e bebeu mais. Lá ele tentou conquistar garotas das formas mais esdrúxulas de se pensar. Até que enfim utilizou a cantada infalível. Chegou perto de uma conhecida a beijou no rosto e sem cerimônias tascou: Posso fazer uma coisa? E beijou a garota. Em menos de dez minutos estava convidando ela para cuidar dele que estava prestes a vomitar todo o liquido ingerido na noite.

Amanda questionou-se sobre qual instinto seria capaz de fazer um cara se achar no direito de pedir para uma garota cuidar dele sendo que tinham um ‘caso’ há menos de dez minutos. Achou interessante. Talvez ela tivesse feito a mesma coisa com Betinho naquela noite, embriagou-o com suas curvas e deixou que ele vomitasse sozinho na sarjeta cuidado por algum amigo que passasse por lá. Mas Amanda não era uma vadia dessas de rua que tranza em qualquer beco.

A essa altura Tiago já estava na metade de outra história e ela nem sabia sobre o que ele falava. Resolveu oferecer uma bebida quente ao rapaz. Uma bela dose de licor de pitanga (receita familiar). Ele aceitou e os dois brindaram e beberam. A madrugada já se esticava para alcançar a manhã e Tiago viu que deveria ir.

Amanda o acompanhou até a porta e lembrou-se que havia esquecido o celular dentro do carro. Teria de ir até a garagem para buscá-lo, mas tinha medo de circular pelo prédio sozinha e àquela hora. Convidou o espinhento para acompanhá-la.

A luz do elevador acendeu, a porta abriu e eles entraram. Amanda apertou o “SS” para irem até a garagem. Tiago não perdeu a oportunidade e mostrou o dedo do meio à câmera do elevador (sempre vigiada por um ou outro vizinho mala).

A porta abriu novamente e a garagem era escura. Andaram um pouco pelo clarão da luz do elevador até que os sensores de movimento acionaram as fracas luzes da garagem. Estava tudo na penumbra. Amanda foi até o carro e pegou o celular, nele uma chamada não atendida de um número estranho, suspeitou que fosse Betinho. Desconsiderou. Tiago permaneceu segurando o elevador para que pudessem voltar. Subiram até o 15º andar.

Os dois resolveram sair ao mesmo tempo da caixa metálica que sobe e desce. Seus corpos se aproximaram involuntariamente. Amanda sentiu o corpo de Tiago e viu seu rosto novamente ficar vermelho.

Naquela mesma hora o celular desperta e Betinho acorda do outro lado da cidade. Tomou o café-da-manhã às pressas, vestiu seu melhor ternos e os sapatos de pelica italiana, pegou a chave do carro e saiu.


Aonde iria o homem tão cobiçado em um minuto e tão escrotamente rejeitado em outro? Queria ele se vingar? Descubra no próximo capítulo de Elevador.

Elevador - Quinto Capítulo

Os olhos verdes de Betinho paralisaram Amanda. Tal qual na prova do líder do Big Brother, parecia que seus scarpins haviam sido colados com super bonder no chão. Os lábios de Betinho pronunciavam palavras agradáveis e mostravam dentes brancos, muitos deles. Sua pele morena exalava um perfume e um calor que os sentidos de Amanda jamais esqueceram. Se ela se aproximasse um pouquinho que fosse, seus lábios o tocariam.

Não era isso que ela queria. Droga, havia exagerado naquela conquista, se sentia ridícula pelo plano inventado. Mas era tarde demais. Betinho agora via nela não uma mulher, mas um par de pernas, seios e outros acessórios. Ela não queria isso dele. Afinal, essas partes estão disponíveis à vontade noite afora, qualquer uma podia oferecer. Queria que ele a amasse, que deixasse aquele amontoado de silicone e mega hair com uma bolsinha Victor Hugo pendurada. 

Aí a nossa não por acaso loira heroína entendeu que aquela aparente auto-estima em forma de homem lindo escondia um guri bobinho. E ela ia se aproveitar disso. Desvencilhou-se singelamente de Betinho, alegando que sentia muito, mas não lembrava dele.

Como quem volta de um transe, olhou para a porta do banheiro. Por uma fresta, pôde ver os olhos curiosos de Adri e Nanda, que vibravam com a situação. Betinho ficou todo sem jeito, fechou a cara, disfarçou, foi pro bar e depois pra sua mesa. A troupe de Amanda procurou conter a vontade de se mijar de rir, mas depois da quantidade de álcool ingerida isso já era pedir demais.

Betinho, mais bêbado, até tentou uma segunda aproximação. Amanda deu bola, deu até seu número de telefone, claro que para eventuais trabalhos publicitários. 

Que noite! Mas era hora de ir, o plano havia sido mais ou menos executado - e amanhã é dia de são pega! Lembrou Nanda. Esvaziaram seus copos e voltaram vitoriosas.

Ao chegarem na porta do apartamento, qual não foi a surpresa? Lá estava Tiago, o vizinho recém conhecido, esperando por elas. A noite ainda não havia acabado.

E agora, o que este inconveniente vizinho queria? Descubra no próximo capítulo

Elevador - Quarto capítulo





Prezados leitores! Desculpas pela demora na postagem do quarto capítulo. Para compensar o atraso divulgo a foto da Amanda. Sem mais delongas vamos a continuação da nossa história. Obrigado pelas visitas!

P.S.: agradecimentos ao Marcón que ajudou a encontrar a foto da Amanda!




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O ataque não podia falhar. Ela como boa loira que se preze jamais falhara na conquista de um homem. Sempre teve todos que desejou, até aquele momento. Embora Betinho a olhasse com luxúria nunca tiveram uma aproximação mais íntima. Betinho vivia rodeado de mulheres bonitas, siliconadas, e de cabelos loiros oxigenados. Não, essas não chegavam nem perto do frescor que proporcionava o loiro sueco de Amanda.

O balanço do cabelo era diferente, assim como o cheiro, e o toque da pele. Tudo original, nenhuma peça adquirida em uma clínica de cirurgia plástica montada em qualquer esquina. Orgulhava-se disso.

No bar não seria diferente, todos pararam com a chegada das três. Na mesa de Betinho e dos amigos o silêncio que interrompeu a conversa, por alguns segundos, pareceu eterno. Já dizia Einstein na Teoria da Relatividade: uma hora ao lado de quem se ama parece um segundo. Um segundo sentado em brasas parece uma hora. Naquela noite Amanda sabia exatamente o que queria e, principalmente, como conseguir.

As três sentaram-se em uma mesa nem tão distante, mas nem tão próxima da mesa onde estavam os rapazes. Aquela distância era estratégica poderia se insinuar discretamente e perceber sinais de reciprocidade.

Na mesa dos amigos já se amontoavam algumas garrafas de cerveja quando elas chegaram. Sem demora foram atendidas pelo garçom e solicitaram uma cerveja, que em menos de um minuto estalava, na mesa, de tão gelada. Brindaram. Os olhos de Amanda volta e meia se desviavam da conversa e apontavam para a mesa de Betinho, ele respondia.

Em meio a tanta conversa com as amigas e um brinde de ‘saiputa’ destinado a Viviane, Amanda decidiu que era hora de ir ao banheiro. Não podia apenas levantar como qualquer mortal, aquela ida ao banheiro deveria ser fatal. O vestido deixava suas pernas torneadas a mostra, resolveu utilizá-las. Uma puxadinha discreta e as pernas seriam capazes de destruir até os mais sólidos casamentos, as amigas riram da situação. E ela foi. Claro que não sozinha, afinal fêmeas jamais vão ao banheiro sozinhas. Suas fiéis escudeiras a acompanharam.
Amada foi a primeira a sair e aguardou na porta, afinal o cubículo era apertado demais, precisava de ar, estava com calor.

Enquanto as amigas não saiam Amanda ficou contemplando o corredor. Betinho e um amigo apontaram e ela não sabia o que fazer. Tentou ser discreta, mas suas formas a impediam.
Betinho se aproximava cada vez mais. Cumprimentou-a com um beijo no rosto, aquilo não a satisfaria, ela queria mais. O perfume a ajudou, ficou impregnado nas narinas de Betinho. Ele puxou conversa.

O que irá acontecer com a nossa loira sueca? Terá ela, enfim, a sua recompensa? Viviane chegaria para atrapalhar tudo com um enorme barraco? Confira no próximo capítulo.