Elevador - Último capítulo

Prezados leitores desculpas pela demora na postagem no último capítulo de Elevador. Os compromissos profissionais... blá blá blá! Chega de lenga-lenga. Espero que gostem!!

Abraço a todos!

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Amanda sorriu discretamente e cumprimentou-o. O rosto de Tiago não era aquele do vizinho espinhento que ela encontrara nas escadas, nem mesmo daquele adolescente tardio com quem passou a noite a conversar. O olhar de Tiago era estranho. Nem brabo, nem feliz, nem triste, nem nada. Estava literalmente com cara de paisagem.

A loira sueca torceu para que o elevador fosse rápido, mas ele nunca era. Aqueles poucos segundos de descida pareciam uma eternidade no espaço compartilhado com aqueles dois tipos tão contrastantes. A caixa metálica fazia o silêncio se dissipar e quanto mais a luz dos andares piscava mais longe o chão parecia. Por que ela estaria preocupada? Não devia nada àquele espinhento enxerido, mas mesmo assim ele a incomodara.

Betinho pensava em como seria o reencontro com Vivi depois de tudo que se passara aquela noite. Queria repetir, mas sabia que Amanda não daria chances a ele caso não tomasse uma atitude em relação a sua namorada que agora sustentava imponentes galhadas sobre a sua testa. Aquele não era o momento de pensar nisso. Estava feliz. Havia conseguido mudar sua imagem de conquistador barato e, acima de tudo, tinha beijado os doces lábios da loira. Tinha sentido a maciez da pele de Amanda, o cheiro de seus cabelos, e o calor do corpo dela. Com certeza ela havia gostado. O sorriso nos lábios a entregava. Naquele instante Betinho percebia que Amanda não era como a sua Vivi. Ela era mais, tinha mais, e podia muito mais. Ele queria experimentar.

Tiago não entendia o que estava acontecendo, por que Amanda o olhara com aquela cara de assustada? Será que ele tinha presenciado alguma coisa que não devia? Pouco importava. O espinhento esperava ansiosamente que aquele contêiner de sobe e desce chegasse ao andar térreo. Era uma viagem longa, de poucos segundos, mas de um tempo psicológico interminável.

Finalmente o solavanco da parada. A porta se abriu e Tiago foi depressa à direção da portaria onde uma meio-loira-meio-morena reclinava-se sobre o balcão. Betinho e Amanda saíram conversando e nem perceberem a velocidade do espinhento enxerido. Seguiram na direção da porta e enquanto Amanda digitava a senha do alarme Betinho virou-se de costas por um instante e sentiu como se um vagão de trem caísse sobre a sua cabeça.

O espinhento e a meio-loira-meio-morena pareciam um só, beijavam-se com volúpia. Era como se fosse um pesadelo, a Vivi, em quem ele tanto confiava, estava lá. Beijando o enxerido. Como aquela vaca podia fazer isso com ele? Ele tinha que tirar satisfação. Chegou perto e a puxou pelo braço. Vagabunda seria um elogio frente a tantos impropérios proferidos à namora... a ex... nem sabia o que ela era. Nesses segundos Amanda só teve tempo de se virar ao escutar os gritos. Vivi partia pra cima dela e a agarrara pelos cabelos. O que tinha Amanda a ver com a situação? Tiago e Betinho trataram de apartar a briga.

A loira sentiu-se ofendida e mandou que seu amante fosse embora, entrou no elevador e desapareceu túnel a cima, sem uma boa quantia de seus cabelos loiro virgem.
No saguão a discussão continuou por mais alguns minutos até que Vivi decidiu que não devia continuar aquele bate-boca e foi-se embora na direção de seu Gol branco.

Betinho e Tiago sem entender nada do que havia acontecido decidiram que ainda era cedo, e que a noite podia lhes reservar surpresas melhores. Decidiram ir para um bar onde beberam e riram da situação. Até se perderem nos braços de outras meio-loiras-meio-morenas.

1 comentários:

Mariana disse...

óó!
bom final! estranho, mas bomm.