Noites estranhas II

Mais um!

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Paula já estava de pijamas e com uma caneca de chá na mão quando seu celular tocou. Era Débora, sua amiga, dizendo que precisava conversar, que a buscaria em casa para beberem alguma coisa, afinal era sexta-feira. Paula só trabalharia depois das 9h no sábado, por isso decidiu, mesmo cansada, sair com a amiga e tentar dar um fim decente àquele dia. Aceitou, desde que a noite não fosse de exageros.

As moças deram voltas pelo centro da cidade à procura de algum barzinho calmo, onde fosse possível conversar sem gritar. Mas o que viam eram lugares lotados de rapazes com colares de coquinho e pseudo-adolescentes com tatuagens clichês. De onde surgia tanta gente todo início de verão? Optaram por um bar que julgaram estar menos pior; pudera, os preços eram incompatíveis com bolsos estudantis. Bebendo uma long neck das mais baratas, Paula ouviu pacientemente a amiga relatar suas desventuras amorosas com seu ex-namorado. Ele a havia convidado para passar um fim de semana na praia e, quando chegaram, qual foi a surpresa? O bruto propôs que se hospedassem no apartamento da outra. Paula ficou abismada com tamanha cara de pau. Lá pelas tantas chegaram mais duas amigas que, junto com a cerveja, fizeram com que o volume das conversas e risadas aumentasse consideravelmente, chamando a atenção dos vizinhos de mesa.

Lá pelas 2h30min, Paula e Débora decidiram que era hora de ir. Passaram no caixa e rumavam para a porta. Enquanto isso, um homem entrava. Um homem moreno e forte vestido displicentemente: camiseta preta justa, calça jeans e tênis. Era um homem com mais de 30 anos. Mais de 35 com certeza. E ele vinha. E vinha de encontro a elas. Não ao encontro de, mas de encontro a. E vinha reto, e vinha pisando firme... e não tinha cara de Zé Mayer... e vinha com o olhar fixo em Paula, não diretamente em seus olhos. Ela sentiu uma pontinha de medo, mas não desviou. Quando se aproximaram a ponto de se cruzarem, ele disfarçou o olhar e seguiu, claro que dando a típica olhada masculina para trás, como Débora pôde observar.

No caminho para o estacionamento, já não podiam falar de tanto rir. Concluíram que deviam ter grudado uma caixa de Bubbaloo na cruz, pois não era possível atraírem tipos tão bizarros. Dé lembrou que aquele cara e ela frequentava a mesma academia. Era um cara quieto, sempre na dele, praticando suas artes marciais.

Quando chegavam no carro, Paula deu um xilique, dizendo que o automóvel ao lado era o do sujeito que vira horas antes, na saída da faculdade, que tinha certeza, que era boa em memorizar placas. Dé só olho pra ela de canto e disse: - Sinto muito, mas esse é o carro do tiozinho fortinho que acabamos de ver entrar. Lembrou-se dele estacionado próximo à academia.

Paula sentiu ganas de voltar. Ia encarar aquele homem, saber o que ele queria com ela. Por outro lado, tudo podia ser um mal-entendido... mas ela tinha de saber.

Será que elas tiveram coragem de voltar? E quais eram as intenções do tiozão misterioso? Tudo isso e muito mais estará no próximo capitulo (ou não)!!!

2 comentários:

Leonardo I disse...

Hmm... Ficando cada vez mais interessante! Espero o próx capítulo!!! Parabéns!


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Leonardo I
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Leonardo I disse...
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