Noites estranhas VI

Depois de semanas de hiato, ei-lo!

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Aquela mistura ficou perigosa demais. O desejo que sabia despertar em Guto - e nos demais homens - junto com várias doses de vodka a fez agir puramente por instinto. E foi bom. Como era bom estar ali, envolvida por braços firmes, recebendo carinhos pelo corpo... podia ser errado, feio e imoral.... mas era bom! Não importava se esse Guto não tinha uma reputação das melhores, se seus beijos chamassem a atenção de quem estava ao redor, estava curtindo... sentindo as batidas da música no peito e a visão ofuscada pelas luzes... deu-se o luxo de aproveitar.

Na verdade, esse momento de luxúria durou só alguns minutos, até Débora interromper, puxando Paula pelo braço, com mais força do que o necessário. – Guria, dá um jeito nesse telefone. O Giovani já mandou mil mensagens e também ligou várias vezes... o que é que aconteceu ontem e você não me contou, heim Paula? – disse furiosa a amiga.

A morena abriu os olhos, fazendo um esforço enorme para enxergar a amiga e compreender cada palavra proferida por Débora. Débora, percebendo que faltava pouco para Paula chegar ao ápice da embriaguez, pediu licença a Guto, e levou-a para o banheiro. Lá, Paula leu as mensagens que Giovani mandara para seu celular, enquanto este repousava na bolsa de Débora. “Oi menina, como vai? Quais seus planos para hoje?”, era a primeira delas. “Por que não responde? Quero muito te ver...”, dizia a segunda, duas horas depois. “Tá se fazendo ou está com outro? Não paro de pensar em você, atende!” Paula horrorizou-se com a última. Qual seria a intenção daquele estranho abusado? Achou melhor ir embora, antes que seu estômago reclamasse dos incontáveis copos de vodka ou – pior ainda – Giovani resolvesse aparecer. Débora e as amigas concordaram em ir embora, desde que passassem em algum lugar para saciar a fome da madrugada. Guto se incluiu no grupo, que parou em uma lancheria de qualidade duvidosa, a única que aberta àquela hora.

Sentaram os cinco em uma mesa, conversando animadamente enquanto esperavam porções de batatas-fritas. Paula, sonolenta pelo álcool, tomava coca-cola na tentativa de se manter consciente. Guto aproveitava-se da situação, oferecendo seu ombro para ampará-la. Já eram quase 6 da manhã, a noite já não estava mais tão escura, quando a canela de Paula foi chutada fortemente por Débora. Isso porque um Fusion preto acabara de passar em alta velocidade em frente à lancheria. O sono de Paula deu lugar ao medo, que ela nem sabia por que sentia, uma vez que mal conhecia o tal Giovani, não lhe devia nada, era um doido. Paula procurou disfarçar a preocupação, mas logo sentiu um iceberg em seu estômago. Era Giovani, pisando firme e entrando na lancheria.

Ele a olhou rapidamente, e foi rápido para o caixa, onde comprou qualquer coisa e, sem olhar para trás, se dirigiu para a porta.

Teria Giovani ido embora? Teria voltado para conversar com Paula? Teria outra à sua espera no Fusion?

Descubra no próximo capítulo!

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